Preparando o Natal


2 comentários

O calendário do Advento do Avô


Deixe um comentário

O acender das luzes

2

Todos os invernos acontecia o mesmo.
Quando as temperaturas desciam e os dias ficavam escuros muito antes do jantar, o pai de Emma acordava-a um dia de manhã e dizia:
— Bom dia, querida! Hoje é o primeiro dia do Hanuká. São horas de irmos buscar a menorá.
Depois do pequeno-almoço, Emma ajudava o pai a tirar a velha menorá de prata do armário da sala de estar. Desdobravam com cuidado o tecido que a envolvia e, em seguida, areavam-na com panos macios para a deixar bem brilhante.
Nesse dia, ao entardecer, o pai de Emma entoava a antiga bênção e a mãe ajudava-a a acender a vela do braço maior do candelabro, cuja chama era depois usada para acender a primeira das oito velas mais pequenas.


Deixe um comentário

O cantor das árvores – Uma história para o Ano Novo

1Esta história de Ano Novo passa-se na Rússia, no século XIX, no seio de uma comunidade de judeus ortodoxos. Naquela altura, como acontece ainda hoje nessas comunidades, os rapazes passavam muito tempo a aprender escrituras e comentários, e raramente tinham férias. A oração era uma constante na vida de todos, e havia orações especiais para acompanhar cada atividade, de manhã à noite. O homem que canta as orações numa sinagoga chama-se “cantor”.

A par dos ensinamentos formais das escrituras, as crianças das comunidades judaicas da Europa e da Rússia herdaram, das gerações mais velhas, uma tradição folclórica rica. Neste conto de Inverno, a avó de Samuel revela possuir um vasto repertório de histórias que atestam uma sabedoria ancestral, e conta ao neto algo sobre as árvores locais que o rabi não lhe ensinou. O amor de Samuel pelas árvores leva-o a arriscar a vida, mas a canção dele pode ser cantada por qualquer um de nós que ame tudo o que se encontra em perigo no mundo.

Era uma vez um rapaz judeu chamado Samuel, que ia à escola todos os dias, com os outros rapazes da aldeia. O professor de Samuel era pobre e tinha apenas um galo para medir o tempo. O animal tinha uma boa noção das horas e raramente se enganava. Empoleirava-se no balaústre da cama no quarto adjacente à sala de aula e anunciava o início do estudo, a pausa para o almoço, e o fim do dia de trabalho.

Certa manhã, enquanto os rapazes recitavam a lição em coro, um raio de luz solar entrou pela janela e o galo cantou um alto “cocorocó”.

― Já é meio-dia? ― admirou-se o professor. Continuar a ler


Deixe um comentário

A lenda de Hannukah, festa da luz

No Templo Sagrado de Jerusalém, havia uma lâmpada de azeite perfeita, feita do ouro mais puro. Noite e dia, a lâmpada ardia, e nunca a sua chama se apagava.
Depois, infelizmente, os Gregos invadiram Jerusalém. Expulsaram os Judeus e colocaram um ídolo no Templo Sagrado. Mal a lâmpada viu a estátua, extinguiu-se, pensando: “Nunca darei a minha luz pura a este ídolo.”
O Rei dos Gregos zangou-se e gritou:
— Acendam a lâmpada! É uma ordem!
Acenderam-na, mas o óleo não ardia. Trouxeram mais azeite, que o rei deitou na lâmpada. Em vão.
Então, o Rei pensou para consigo: Continuar a ler


Deixe um comentário

Natal no Equador

Sem TítuloJuanito, é assim que todos o tratam. Vive na periferia de Quito, a capital do Equador. Embora só tenha dez anos, trabalha como engraxador de sapatos e, com o dinheiro que ganha, ajuda a família.

Estamos na véspera de Natal. Pela manhã, Juanito vai de autocarro para o centro da cidade, a caixa de madeira com o material para limpar os sapatos bem presa debaixo do braço. Espera que o negócio lhe corra bem, pois precisa de comprar uns doces de açúcar para hoje à noite.

Juanito vagueia devagar pelas ruas, olha para os sapatos das pessoas e fala-lhes amavelmente. Entretanto, vai oferecendo também os seus serviços nos cafés. O dia está a correr de feição. Juanito limpa muitos sapatos Continuar a ler


Deixe um comentário

Natal em França

Sem TítuloO tio Marcel e a tia Babette vivem no sul de França, na Provença. Simone visitou-os já muitas vezes durante as férias com os pais. No verão passado, depois de uma visita à bela aldeia na montanha de Les Beaux, o tio Marcel disse:

— Deviam assistir à Missa do Galo do Pastor aqui em cima. É um acontecimento natalício inesquecível.

Meses mais tarde, chega uma carta do tio Marcel. Querem vir passar o Natal comigo? Continuar a ler


Deixe um comentário

Dia vinte e quatro, véspera de Natal – Peça de teatro

Sem TítuloCENA 1

16:00 / Dentro de casa

Noite Feliz” tinha estado a tocar continuamente em todas as estações de rádio. A neve caía suavemente. Tinha sido assim todo o dia, mesmo à porta de casa.

Um Natal Branco! Nunca antes na vida tinha tido um como este. Era absolutamente lindo.

Este dia vinte e quatro de dezembro.

E o melhor está ainda por vir.

A noite. A que chamam a “noite santa”. Mas isso é só a partir das oito. Até lá reina o caos. Tal como agora.

A minha mãe estava numa fúria! Mais uma vez estava completamente fora de si. A mesma cena, o ano é que era diferente. Sim, o frenesim do Natal estava de regresso uma vez mais! E todos os anos, as razões para os seus acessos de fúria eram diferentes.

Hoje, havia quatro razões.

Razão Número Um:

Às onze da manhã, o meu pai tinha finalmente comprado a árvore de Natal. Continuar a ler


Deixe um comentário

Natal na Polónia

Hoje é o último ensaio de coro antes da festa de Natal. Quando Roman e Agnes saem da igreja antes das outras crianças, já está escuro e neva ligeiramente. Ao fim de algum tempo de caminho, Agnes diz ao irmão:

— Espera, tenho de apertar os atacadores.

Roman para. Olha em volta e pergunta:

 O que é isto? Agnes também ouve um miar fraco e queixoso. Por baixo de um arbusto, descobrem um gatinho. A rua está vazia.

— Se ficares na neve, vais morrer gelado — diz Agnes com pena. — Temos de te levar connosco.


Deixe um comentário

Um simples cartão de Natal

 Parece totalmente filantrópico, mas, na realidade, o nosso pedido baseou-se tanto no altruísmo como na conservação da própria vida.

Paul Knowles

 Maxime e eu estamos casados há apenas cinco anos. Casar na nossa idade (já muito para lá dos 40 anos) é o oposto de o fazer no princípio da idade adulta. Nessa altura, a questão que se coloca é: «Será que nos vão oferecer as coisas de que necessitamos?» Agora, e em vez disso, é: Como é que nos vamos ver livres de metade das coisas que temos?» Estamos naquela fase feliz da vida em que não necessitamos de nada. Isto torna as coisas um pouco difíceis para os que querem dar-nos prendas.

Essa dificuldade estende-se aos nossos oito filhos, dois dos quais ainda não saíram de casa. Dos que saíram, todos têm casa e companhia (uma dessas combinações já produziu o nosso primeiro neto); alguns só agora começaram a aventura da independência. Para estes jovens, cujas idades vão dos 13 aos 27 anos, um dólar ganho é um dólar para ser investido na vida.

É assim que, a caminho do Natal de 2002, Max aparece com uma óptima ideia. Dissemos aos nossos filhos que tudo o que queríamos para o Natal era um cartão.

— Só um cartão? — respondiam, insatisfeitos.

— Não — continuámos. — Queremos um cartão em que nos digam Continuar a ler