Preparando o Natal


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O Boneco de Neve – H. C. Andersen

— O gelo estala em mim às mil maravilhas. Que frio tão bom! — dizia o boneco de neve. — O vento sabe mesmo como beliscar vida numa pessoa! E aquilo brilhante, ali, como cintila! — Referia-se ao sol que estava quase a pôr-se. — Não há-de conseguir fazer-me pestanejar, posso muito bem aguentar-me nas telhinhas!

Eram dois grandes bocados de telha triangulares que tinha nos olhos. A boca era um pedaço de um velho ancinho; tinha, portanto, dentes.

Nascera com os gritos de júbilo dos rapazes, saudado pelo tinir dos guizos e o estalar dos chicotes dos trenós.

O sol desceu no horizonte, a lua cheia subiu, redonda e grande, luminosa e bela no céu azul. Continuar a ler


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O Pinheirinho – Hans Christian Andersen

  

Pensa no Natal e, provavelmente, pensarás numa árvore de Natal. Na maioria dos locais onde o Natal é celebrado, a árvore é muito importante. Significa uma vida nova e promete a vinda de dias mais claros na Primavera. A versão de Jenny Koralek deste conto de Hans Christian Andersen é melancólica, mas gosto da intensidade do seu sentimento, cheio da ansiedade e da tristeza que sentimos, à medida que a festa chega ao fim. Guarda este conto para o leres em voz alta com toda a família no dia de Reis. Não comeces, até que todos tenham ajudado a arrumar as luzes e as decorações e até que haja um trilho de fagulhas castanhas desde a sala de estar até à fogueira ao ar livre. Então, estarás, precisamente, num momento de boa disposição para o fazer…

Lá fora, na floresta, encontrava-se um pequeno e belo Pinheirinho. Nasceu num lugar agradável, onde havia muita luz e muito ar. Estava rodeado de muitas árvores maiores — pinheiros, e abetos também — mas o Pinheirinho ansiava por crescer mais. Não dava valor ao ar fresco, ou às crianças que vinham tagarelar para a floresta e procurar morangos e framboesas. Continuar a ler


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Hoje é Natal – José Vaz

O avô Fernando chegou de longe com uma mala muito pesada. Ajudei-o a levá-la para o meu quarto e não o larguei mais, enquanto não a abriu. O que traria ele dentro daquela mala tão grande? Prendas de Natal? Surpresas? Brinquedos? Livros? – perguntava a mim próprio. Mortinho de curiosidade, andei à sua volta como uma mosca, a zumbir perguntas.
— Ó avô, o que é que trazes?
— Tem calma, tem paciência, que logo te mostro! – aconselhou, ainda com a voz ofegante por ter carregado comigo aquela mala.
— Anda lá, diz-me só a mim, que eu não digo a mais ninguém!
— As prendas e as surpresas só se mostram logo, depois da ceia. Não sejas chato!
— Diz-me, que eu prometo guardar segredo! – insisti.
Como tinha de entregar à minha mãe uns produtos para a ceia, que tinha trazido da sua terra, começou a abrir a mala devagarinho e eu fiquei à espera que de lá de dentro saísse qualquer coisa de mágico: um avião que voasse – vrrruuum, vrrruuummm – ou uma coisa assim… capaz de fazer pasmar os meus amigos. Continuar a ler