Natal de sonhos e de estrelas,
brinquedos de descobrir a terra e os céus,
o pequeno Pinóquio, que anseia
transformar-se em menino.
Onde estará o grilo falante? …
by pnatal
Natal de sonhos e de estrelas,
brinquedos de descobrir a terra e os céus,
o pequeno Pinóquio, que anseia
transformar-se em menino.
Onde estará o grilo falante? …
I
Na solidão
de um tempo
que os homens ignoram
uma Criança espera.
Na espiral dos desejos vãos
uma Criança observa
o escoar das horas.
Frágil.
A sapiência humana despreza-a.
O tropel das paixões abafa-lhe a voz.
Na miragem do ter
a Verdade desvanece-se.
A intolerância e a ambição
semeiam a cegueira.
Surda
a canção da infância.
II
Menino-Saudade…
Para onde foi
o teu riso confiante
o teu olhar de transparência?
A mágoa de perder-te
infante
nos caminhos do tempo
e da ausência!
O amigo
Era uma vez uma casa pintada de amarelo com um jardim à volta.
No jardim havia tílias, bétulas, um cedro muito antigo, uma cerejeira e dois plátanos. Era debaixo do cedro que Joana brincava. Com musgo e ervas e paus fazia muitas casas pequenas encostadas ao grande tronco escuro. Depois imaginava os anõezinhos que, se existissem, poderiam morar naquelas casas. E fazia uma casa maior e mais complicada para o rei dos anões.
Joana não tinha irmãos e brincava sozinha. Mas de vez em quando vinham brincar os dois primos ou outros meninos. E, às vezes, ela ia a uma festa. Mas esses meninos a casa de quem ela ia e que vinham a sua casa não eram realmente amigos: eram visitas. Faziam troça das suas casas de musgo e maçavam-se imenso no seu jardim.
E Joana tinha muita pena de não saber brincar com os outros meninos. Só sabia estar sozinha. Continuar a ler →