Nada parece juntar as pessoas como o Natal.
O facto de eu estar na prisão não fez qualquer diferença.
Mas a princípio não era assim.
Os guardas tinham colocado uma árvore de Natal — com raiz e tudo — em cada unidade. A ideia era que os homens a decorassem com tudo aquilo que pudessem encontrar.
A criatividade devia ser o nosso único limite, e a unidade que vencesse receberia gasosas e pipocas.
A árvore ficou num canto durante uma semana. Parecia ser um símbolo da perda de dignidade que todos sentíamos por estarmos encarcerados naquela época do ano.