Preparando o Natal


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A trégua de Natal

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Na Finlândia, próximo da cidade de Turku, o duque João passa revista às tropas como habitualmente faz todos os dias. Olha com muita pena para estes homens cansados. Estão mobilizados para defender a cidade contra vizinhos invejosos que desejam apoderar-se dela.

“O Natal está a chegar e todos gostaríamos de passar a festa em família”, pensa ele com tristeza. “Se não estivéssemos em guerra… Se os combates pudessem cessar por uns momentos…” Continuar a ler


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Natal sobre trenós

Quando me mudei para o Alasca, fui viver com a família do meu marido enquanto ele se encontrava em Montana, onde trabalhava. Nunca estivera com uma família numerosa, e ele era o mais velho de dez irmãos, a maior parte deles casados e com filhos. Todos viviam num raio de quarenta milhas e não se escusavam a uma reunião de família.

Ninguém tinha dinheiro. Os miúdos eram pequenos, as famílias eram jovens, e muitos dos pais possuíam mais do que um emprego para conseguirem fazer face às despesas.

Mas naquele primeiro ano, Natal de 1981, mostraram-me o que era dar. Continuar a ler


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O Pinheirinho – Hans Christian Andersen

  

Pensa no Natal e, provavelmente, pensarás numa árvore de Natal. Na maioria dos locais onde o Natal é celebrado, a árvore é muito importante. Significa uma vida nova e promete a vinda de dias mais claros na Primavera. A versão de Jenny Koralek deste conto de Hans Christian Andersen é melancólica, mas gosto da intensidade do seu sentimento, cheio da ansiedade e da tristeza que sentimos, à medida que a festa chega ao fim. Guarda este conto para o leres em voz alta com toda a família no dia de Reis. Não comeces, até que todos tenham ajudado a arrumar as luzes e as decorações e até que haja um trilho de fagulhas castanhas desde a sala de estar até à fogueira ao ar livre. Então, estarás, precisamente, num momento de boa disposição para o fazer…

Lá fora, na floresta, encontrava-se um pequeno e belo Pinheirinho. Nasceu num lugar agradável, onde havia muita luz e muito ar. Estava rodeado de muitas árvores maiores — pinheiros, e abetos também — mas o Pinheirinho ansiava por crescer mais. Não dava valor ao ar fresco, ou às crianças que vinham tagarelar para a floresta e procurar morangos e framboesas. Continuar a ler


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Noite de Natal – Sophia de Mello Breyner

O amigo

Era uma vez uma casa pintada de amarelo com um jardim à volta.

No jardim havia tílias, bétulas, um cedro muito antigo, uma cerejeira e dois plátanos. Era debaixo do cedro que Joana brincava. Com musgo e ervas e paus fazia muitas casas pequenas encostadas ao grande tronco escuro. Depois imaginava os anõezinhos que, se existissem, poderiam morar naquelas casas. E fazia uma casa maior e mais complicada para o rei dos anões.

Joana não tinha irmãos e brincava sozinha. Mas de vez em quando vinham brincar os dois primos ou outros meninos. E, às vezes, ela ia a uma festa. Mas esses meninos a casa de quem ela ia e que vinham a sua casa não eram realmente amigos: eram visitas. Faziam troça das suas casas de musgo e maçavam-se imenso no seu jardim.

E Joana tinha muita pena de não saber brincar com os outros meninos. Só sabia estar sozinha. Continuar a ler


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Hoje é Natal – José Vaz

O avô Fernando chegou de longe com uma mala muito pesada. Ajudei-o a levá-la para o meu quarto e não o larguei mais, enquanto não a abriu. O que traria ele dentro daquela mala tão grande? Prendas de Natal? Surpresas? Brinquedos? Livros? – perguntava a mim próprio. Mortinho de curiosidade, andei à sua volta como uma mosca, a zumbir perguntas.
— Ó avô, o que é que trazes?
— Tem calma, tem paciência, que logo te mostro! – aconselhou, ainda com a voz ofegante por ter carregado comigo aquela mala.
— Anda lá, diz-me só a mim, que eu não digo a mais ninguém!
— As prendas e as surpresas só se mostram logo, depois da ceia. Não sejas chato!
— Diz-me, que eu prometo guardar segredo! – insisti.
Como tinha de entregar à minha mãe uns produtos para a ceia, que tinha trazido da sua terra, começou a abrir a mala devagarinho e eu fiquei à espera que de lá de dentro saísse qualquer coisa de mágico: um avião que voasse – vrrruuum, vrrruuummm – ou uma coisa assim… capaz de fazer pasmar os meus amigos. Continuar a ler


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Uma estrela com luz de poesia – J. J. Letria

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De repente, passou uma pequena nuvem de tristeza sobre os olhos de Francisca. A avó Josefa partira há dois anos para um sítio de onde ninguém costuma mandar notícias. Antes da partida ainda sofreu muito, e tão depressa a queria junto de si, para sentir o calor do seu carinho, como a queria longe, para não se aperceber dos rostos que o sofrimento pode ter.

Francisca ainda era pequena mas Continuar a ler